quarta-feira, 19 de maio de 2010

DIMINUIR O SAL DA DIETA REDUZ O NÚMERO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES E A MORTALIDADE. MESMO UMA REDUÇÃO MODESTA DE UM GRAMA AO DIA JÁ É BENÉFICA À SAÚDE

Reduzir o sal na dieta pode melhorar a saúde pública, segundo pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, mas é um desafio. Em parte porque 75 a 80% do sal consumido por norte-americanos vem de comidas processadas, e não da adição de sal durante o consumo ou na preparação de alimentos.

Uma redução de até 3 gramas de sal ao dia (1200mg de sódio por dia) pode diminuir o número de casos anuais de doenças cardiovasculares1. A pesquisa realizada estimou uma redução anual para:

    * Doenças coronarianas: de 60 mil a 120 mil casos
    * Acidente vascular cerebral2: de 32 mil a 66 mil casos
    * Infarto do miocárdio3: 54 mil a 99 mil casos
    * Número de mortes por qualquer causa: de 44 mil a 92 mil casos

Toda a população sairia ganhando, principalmente os negros. As mulheres se beneficiariam particularmente com a redução de acidente vascular cerebral. Os idosos, com a diminuição de eventos coronarianos. No caso dos adultos jovens, calcula-se uma queda nas taxas de mortalidade. A melhoria na saúde cardiovascular seria semelhante a uma grande redução no consumo de cigarro, na obesidade e dos níveis de colesterol.

Retirar da dieta 3 gramas de sal ao dia pode levar a uma economia de 10 a 24 bilhões de dólares nos custos com cuidados de saúde anualmente. Mesmo uma redução modesta de 1 grama7 por dia, adquirida gradualmente entre 2010 e 2019,  seria mais efetiva que o uso de medicações para reduzir a pressão arterial nas pessoas hipertensas.

Este estudo não levou em consideração como esta redução pode ajudar as crianças, ou que o fato de diminuir o sal pode reduzir o risco de câncer no estômago, doenças renais, insuficiência cardíaca e osteoporose.


Fonte consultada:
New England Journal of Medicine, de 20 de  janeiro de 2010

CARBOIDRATOS PROCESSADOS PODEM AGREDIR MAIS O CORAÇÃO DO QUE AS GORDURAS SATURADAS

Desde 1970 os americanos reduziram a porcentagem de calorias provenientes de gorduras saturadas, mas os índices de obesidade durante este período mais do que dobraram. Os índices de diabetes triplicaram e as doenças cardíacas ainda são a maior causa de morte na população.

Pesquisas recentes, incluindo uma meta-análise de mais de uma dúzia de estudos, sugerem que os carboidratos processados, os quais muitos americanos comem hoje em dia no lugar das gorduras saturadas, podem aumentar o risco de obesidade, diabetes e de doenças cardíacas mais do que a ingestão de gorduras saturadas - um achado que tem implicações sérias para os novos guidelines aguardados para este ano.

Em março, o American Journal of Clinical Nutrition publicou uma meta-análise que relacionou os hábitos alimentares de aproximadamente 350 mil pessoas e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares durante um período de 5 a 23 anos. A análise, coordenada por Ronald M. Krauss, diretor de pesquisas sobre aterosclerose do Children's Hospital Oakland Research Institute, não encontrou associações entre a quantidade de gorduras saturadas consumidas e o risco de doenças cardiovasculares.

Meir Stampfer é professor de nutrição e epidemiologia da Harvard School of Public Health e um dos autores de um estudo publicado no New England Journal of Medicine que acompanhou 322 obesos por dois anos quando eles adotaram uma das três dietas: dieta de baixo consumo de gorduras - dieta de restrição calórica baseada no guideline da American Heart Association; dieta Mediterrânea - dieta de restrição calórica rica em vegetais e pobre em carnes vermelhas; dieta com baixo consumo de carboidratos, sem restrição calórica. Embora os que fizeram a dieta com baixo consumo de carboidratos tenham comido mais gorduras saturadas, eles terminaram o estudo com os níveis mais saudáveis de HDL10 e LDL coleterol e perderam duas vezes mais peso do que os que ingeriram pouca gordura saturada.

No Journal of the American Medical Association, outro estudo avaliou 65 mil mulheres e observou que as que ingeriram carboidratos  mais rapidamente absorvidos - os quais têm alto índice glicêmico - tinham uma probabilidade 47% maior de adquirir diabetes mellitus tipo 2 do que aquelas que ingeriram alimentos de índices glicêmicos baixos (a quantidade de gordura ingerida não afetou o risco de diabetes).

Ainda não se sabe se estas observações farão parte do Dietary Guidelines for Americans de 2010, atualizado a cada cinco anos. Até o momento, a recomendação americana é de limitar a ingestão calórica como um todo, independente da fonte.

Ninguém está dizendo que as pessoas devem começar a ingerir gorduras saturadas em qualquer quantidade. O que está sendo mostrado é que as gorduras saturadas podem ser neutras, comparadas aos efeitos dos carboidratos processados e açúcares refinados como os encontrados em alguns cereais, pães, massas e biscoitos. Substituir gorduras saturadas por carboidratos de alto índice glicêmico pode não só não trazer benefícios, como, pelo contrário, causar danos ao organismo.

Fonte: Scientific American de maio de 2010

UMA NOITE MAL DORMIDA PODE DIMINUIR A SENSIBILIDADE À AÇÃO DA INSULINA NO ORGANISMO

Estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism mostra que mesmo uma única noite mal dormida pode dificultar a habilidade do organismo em usar a insulina.

Pesquisadores do Leiden University Medical Center realizaram um estudo, com pequeno número de indivíduos saudáveis, observando-os após uma noite de oito horas de sono e novamente após uma noite de quatro horas de sono. A restrição parcial do sono durante uma única noite reduziu alguns tipos de sensibilidade à ação da insulina1 em cerca de 19 a 25%. Baseado nestes achados, os autores relatam que a sensibilidade à insulina1 pode não ser pré-determinada em indivíduos saudáveis, mas ser resultado da duração do sono.

Este é o primeiro estudo a avaliar os efeitos da privação de sono, durante uma única noite, em relação à ação da insulina1 no organismo. Esta pode ser uma explicação para o aumento da resistência insulínica e o maior número de diabetes mellitus2 observado. No entanto, estudos com a participação de maior número de indivíduos são necessários.

Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism